quinta-feira, 28 de maio de 2015

To Think About...

Here are some nice sentences I found in a text I was reading (link on the bottom). I have selected them because they bring ideas I agree and find important, so I want to keep it in my blog to come back to them later and think about them again and again...


“If you want a good outcome, back off on process and get out of the way of people. Let them come together and interact as they wish, and harvest the good stuff that emerges." (Andy McAfee)


“What we’re dealing with now is not the problem of information overload, because we’re always dealing (and always have been dealing) with information overload..Thinking about information overload isn’t accurately describing the problem; thinking about filter failure is.” (Clay Shirky, 2008)


“Seeking is finding things out and keeping up to date. Building a network of colleagues is helpful in this regard—it not only allows us to “pull” information, but also have it “pushed” to us by trusted sources. Sensing is how we personalize information and use it. Sensing includes reflection and putting into practice what we have learned. Often it requires experimentation, as we learn best by doing. Sharing includes exchanging resources, ideas and experiences with our networks and collaborating with our colleagues.” (Harold Jarche)


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All quotations found at: http://c4lpt.co.uk/social-learning-handbook/social-learning-strategies/
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sábado, 9 de maio de 2015

A Lição de Casa e suas relações com a Meritocracia: Já Pensou Sobre Isso?


Estou aqui buscando ampliar meu entendimento sobre o mundo ao meu redor e, portanto, muito atenta àquilo que abala minhas certezas. Tentarei provocar reflexões e discussões sem querer necessariamente chegar a uma conclusão final ou a uma resposta única. Ainda assim, sei que corro um grande risco de ser mal compreendida. Espero conseguir evitar isso.

O assunto do dia é a relação entre escola e família no que se refere, principalmente, à lição de casa. Primeiramente, assumo que, como professora, acredito na lição de casa e na participação da família naquilo que diz respeito à formação e educação dos filhos. Penso também que o momento de estudo/prática individualizada e sem a presença do professor (ou familiar) é fundamental para o aprendizado, amadurecimento, criação da autonomia e até para o fortalecimento da autoestima do aluno. O erro faz parte da aprendizagem e sua identificação permitirá aos educadores orientarem o aluno naquilo que ele apresenta dificuldades.

Além disso, defendo também a lição de casa pois, como professora, sei que o tempo em sala muitas vezes é incompatível com a carga de conteúdos que temos que transmitir aos alunos. Isso faz com que, tantas vezes, a necessidade de explicações mais detalhadas e bem feitas comprometam o tempo destinado aos exercícios, à prática em si (do aluno). Assim, o estudo realizado em casa é complementar e indispensável para o trabalho iniciado na escola.

Portanto, é plausível que a parceria de escolas e famílias possa ser muito benéfica para os alunos, principalmente para os mais novos, que carecem de mais orientações, atenção e cuidado. Mas há ressalvas e até mesmo controvérsias quanto a isso, o que confere relevância à discussão.
Existe um material disponível bastante interessante e simplificado - iniciativa da Editora Abril e da Malwee -  que pode contribuir para as reflexões relativas à promoção do caminhar conjunto. Observem a cartilha: 


Clique na imagem para ampliar



O conteúdo exposto parece estar de perfeito acordo com o que a grande maioria de nós acredita ser o correto, concordam? Respondendo por mim, digo que sempre pensei ser esse o melhor caminho para uma educação bem sucedida com apoio familiar e nunca havia me questionado quanto a isso. Talvez eu e todos os demais estejamos corretos. Ainda não mudei totalmente minha opinião, apenas atentei-me a fatos que não havia notado antes e pus-me a pensar a respeito. Então, se eu estiver certa ao pensar que a grande maioria de nós concorda com o exposto na cartilha, fica evidente que parece haver uma tendência na cultura capitalista corporativista em aceitar tais ideias sem grandes questionamentos. 

Entretanto, apesar de, à primeira vista, a elaboração da cartilha parecer benéfica tanto para a relação entre pais e filhos quanto para as relações entre pais e escola, alunos e escola e entre alunos e seus objetos de conhecimento (conteúdos impostos pela escola), é possível olharmos através de lentes críticas, percebendo que tal trabalho, na verdade, pode carregar intenções políticas ocultas em seu pano de fundo.

Focando sua atenção na questão da lição de casa, da promoção da importância da participação familiar nos deveres escolares, Carvalho (2004) provoca alguns questionamentos pertinentes neste sentido. Por exemplo: se o trabalho desenvolvido na escola for realmente bem sucedido, existiria de fato a necessidade das frequentes e padronizadas atividades complementares em casa?

Retornando ao que eu disse acima, sei que nós professores sofremos essa incoerência entre conteúdos a serem ensinados e tempo de trabalho em sala de aula, tornando nossa tarefa bastante árdua. Nesse contexto, as lições de casa apresentam um papel crucial, mas a pergunta vai mais além. Podemos pensar criticamente justamente sobre esse sistema de ensino que sobrecarrega professores e alunos e que impossibilita a realização de um trabalho, de fato, bem sucedido.
Ademais, os pais têm um papel educacional e é sabido que vários aspectos da vida familiar podem influenciar, ajudando ou prejudicando, o desempenho escolar dos alunos (ex: desnutrição, relacionamento familiar afetivamente positivo/negativo, etc). Mas por que não deixar a cargo das escolas a educação escolar? Isso não significa que os pais não possam participar, ajudar ou opinar no processo. Isso significa apenas que o desempenho escolar das crianças, no que diz respeito à aquisição de conhecimentos acadêmicos (e não relacionado a outros aspectos como, por exemplo, os comportamentais), seria responsabilidade primária da escola. Casos especiais, no entanto, poderiam e deveriam ser tratados diferenciadamente.
Enquanto alguns autores defendem a importância do momento da lição de casa orientada pelos pais como forma deles conhecerem o desenvolvimento dos filhos e a missão acadêmica da escola, Carvalho (2004) defende que a obrigatoriedade das lições de casa e  o fato de elas serem avaliadas e consideradas nas notas finais dos alunos criam uma condição adversa para as famílias e consequentemente para os alunos. Para a autora, essa conexão escola-família e a divisão de responsabilidades (sempre focando no que diz respeito às lições de casa) é controversa, potencialmente conflitiva e desconsidera importantes questões relacionadas à equidade e pluralidade cultural. Segundo a mesma,

Como nó da parceria família–escola, o dever de casa, portanto, é fundamentalmente uma questão política. Se fosse valorizado ou tivesse condições de ser implementado igualmente por todas as famílias, não necessitaria de regulação formal. Por isso, a política de intensificação do dever de casa pode ser interpretada como um caso de educação da família (de determinadas famílias) e de política cultural, ao submeter os valores educacionais da família à meta de eficácia escolar e aos conceitos prevalentes de sucesso individual. (2004)

Deve-se levar em conta que famílias com diferentes estruturas, composições, níveis econômicos e sociais dispõem de condições muito distintas quanto a tempo, disposição, instrução, entre outros aspectos que influenciam a qualidade e o significado do momento da lição de casa.

A cartilha apresentada por uma das, se não a, mais influentes editoras do Brasil não somente propõe a parceria e divisão da responsabilidade do ensino entre escola e família, mas prioriza a responsabilidade familiar no processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos acadêmicos, visto seu título "Educação Começa em Casa".
Então, após essa breve atuação como "advogada do diabo", deixo aqui uma pergunta genuína: estaria essa transmissão de responsabilidade sobre a aprendizagem (da escola para a família) de acordo com uma cultura que tenta impor aos seus integrantes que seu fracasso ou sucesso advém principalmente de seu próprio mérito (meritocracia) e não das condições e oportunidades às quais se tem acesso? 


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Obs: Recomendo a leitura do artigo citado (referência e link abaixo) e, para aqueles que leem em inglês, há um texto que também achei interessante (clique AQUI).
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Referências
CARVALHO, M. E. P. (2004). Escola como extensão da família ou família como extensão da escola? O dever de casa e as relações família-escola. Rev. Bras. Educ.,  Rio de Janeiro ,  n. 25. [Online]; acedido em 11.Fevereiro.2015, de <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782004000100009&lng=en&nrm=iso>;. access on  12  Feb.  2015.  http://dx.doi.org/10.1590/S1413-24782004000100009.


Imagens:
http://talkingtalk.co.za/wp-content/uploads/2013/08/homework1.jpg
http://micheleborba.com/upcoming/ending-homework-battles-im-on-martha-stewart-living-radio-aug-24-930am-et/

terça-feira, 5 de maio de 2015

Press Release - Artigo da Revista PUC Campinas

Anteriormente, divulguei (aqui) a publicação de um artigo meu e do Prof. Dr. Sérgio Leite, sobre minha pesquisa de iniciação científica (A afetividade no processo de orientação de pesquisa científica), realizada na UNICAMP e financiada pela FAPESP.

Logo após recebermos a notícia da publicação, fomos também solicitados a elaborar um PRESS RELEASE do artigo, que foi igualmente publicado pela Revista de Educação da PUC Campinas (v.19, n.3, 2014). Abaixo, segue o texto, que também pode ser acessado clicando-se AQUI.


Estudo explora a importância da afetividade nas práticas de orientação de pesquisa

Bruna Mazzer Nogueira 
Sérgio Antônio da Silva Leite  

São inúmeros os estudos científicos na área da educação que se dedicam à relação professor-aluno. Porém, as práticas desenvolvidas pelos professores orientadores de pesquisa científica e seus orientandos raramente são objetos de estudo, o que gera uma carência de dados e materiais sistematicamente formalizados que possibilitem um conhecimento consistente sobre a atividade de orientar. Assim, entende-se que muitos jovens professores mostram-se despreparados para o exercício de suas funções de orientação: nesta situação, baseiam-se, unicamente, em suas experiências prévias como orientandos, segundo dados disponíveis. Neste sentido, baseando-se na abordagem histórico-cultural, é possível supor que a qualidade do processo de orientação será fundamental para o tipo de relação que será estabelecida entre o orientando e a prática de pesquisa.

Atentos a essa questão, Nogueira e Leite desenvolveram um estudo de caso que investigou práticas que favoreceram não apenas o estabelecimento de uma relação afetivamente positiva entre a orientadora e a orientanda, mas, sobretudo, que proporcionaram a aproximação entre o sujeito (orientanda) e o objeto (a pesquisa científica). A análise dos relatos da orientanda possibilitou a organização de núcleos temáticos evidenciando práticas pedagógicas da orientadora que tiveram impactos afetivos positivos e que contribuíram para uma mediação pedagógica bem sucedida, do ponto de vista da orientanda.

A referida pesquisa, realizada como parte do trabalho desenvolvido pelo Grupo do Afeto da Faculdade de Educação da Unicamp, teve suas bases teóricas fixadas na área da Psicologia, principalmente em Vigotski e Wallon, autores de grande importância no estudo da afetividade. Os dados foram coletados e analisados através do procedimento de entrevistas recorrentes, segundo a perspectiva da pesquisa qualitativa. Os diversos aspectos da pesquisa, bem como seus resultados, foram publicados na Revista de Educação da PUC-Campinas, v.19 n.3, 2014, em um artigo intitulado “A afetividade no processo de orientação de pesquisa científica”. 

O estudo, desenvolvido como pesquisa de iniciação científica, foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), sendo obedecidos todos os cuidados éticos durante sua execução. 




PRESS RELEASE 

NOGUEIRA, Bruna Mazzer; LEITE, Sérgio Antônio da Silva. A afetividade no processo de orientação de pesquisa científica. Revista de Educação PUC-Campinas, Campinas, v.19, n.3, p.249-259, set./dez., 2014. ISSN 1519-3993. http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/2852    


Imagem:  http://enterrasolutions.com/media/data-brain1.jpg

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A afetividade no processo de orientação de pesquisa científica

É com muita alegria que compartilho aqui um artigo de minha autoria, recém publicado na Revista de Educação da PUC-Campinas.

Este é o resultado do trabalho realizado durante minha iniciação científica, realizada em 2013, na Faculdade de Educação da Unicamp, sob orientação do Prof. Dr. Sérgio Leite. Para acessar o artigo na íntegra, clique aqui.



A afetividade no processo de orientação de pesquisa científica

Bruna Mazzer Nogueira 
Sérgio Antônio da Silva Leite


Resumo 

O presente texto é baseado em uma pesquisa cujo objetivo foi descrever e analisar as práticas pedagógicas desenvolvidas por uma orientadora de pesquisa científica, que tiveram impactos afetivos positivos na relação que se estabeleceu entre sua orientanda e as próprias práticas de pesquisa realizadas. As bases teóricas fixam- -se na área da Psicologia, principalmente em Vigotski e Wallon. A análise agrupou os relatos do sujeito em núcleos temáticos relacionados às características relevantes da orientadora e do processo de orientação por ela desenvolvido. Dessa forma, foi possível identificar os impactos positivos da mediação pedagógica realizada pela orientadora em relação ao sujeito, com o possível estabelecimento de uma relação afetivamente positiva entre o sujeito e seu objeto de conhecimento, no caso, a prática da pesquisa. A discussão dos dados obtidos foi realizada com base na abordagem teórica assumida. A pertinência do estudo se firma na escassez de pesquisas sobre o tema e no reconhecimento da importância da questão da afetividade nos processos de mediação.
Palavras-chave: Afetividade. Educação. Psicologia. Vigotski. Wallon.

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I'm glad to announce the publication of an article of mine at Revista de Educação da PUC-Campinas.

This is the result of the work developed in 2013, at Faculdade de Educação, Unicamp, together with Dr. Sérgio Leite, a very respected professor and researcher in the educational field.




Affectivity in the process of research supervision



Bruna Mazzer Nogueira 
Sérgio Antônio da Silva Leite

Abstract 

Based on a survey, the aim of the present paper is to describe and analyze the positive affective impacts of pedagogical practices developed by the research advisor on the relationship between the advisee and the research practices. The theoretical framework in the area of Psychology is based particularly on the studies of Vigotsky and Wallon. The analysis consisted of the subject’s reports on thematic features related to relevant aspects of the advisor and the process of supervision. Thus, it was possible to identify positive impacts on the pedagogical mediation performed by the advisor in relation to the advisee, with the possible establishment of an affectively positive relationship between the subject and the object of knowledge, that is, the research practice. The discussion of the data collected was based on the theoretical approach adopted. The relevance of the study is due to the scarcity of research studies on the subject and the acknowledgement of the importance of the role of affectivity in the pedagogical mediation process. 
Keywords: Affectivity. Education. Psychology. Vigotsky. Wallon.




The complete article was written in Portuguese language and can be accessed by clicking here.




Referência:

Nogueira, B. M.; Leite, S. A. S. A afetividade no processo de orientação de pesquisa científica. Revista de Educação PUC-Campinas, v.19, n.3, 2014. Disponível em: http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/2852